A paralisação de vários voos no domingo deveu-se à falta de combustível do fornecedor da empresa, explica a direção das Linhas Aéreas de Moçambique. A companhia nega que seja por causa de uma dívida à estatal PETROMOC.
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Neste domingo (11.02), vários aviões das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) não voaram. Muitos passageiros foram obrigados a refazer os seus planos.
Segundo a LAM, a paralisação deveu-se a uma falha no abastecimento de combustível e não a uma dívida com os fornecedores, como se avançou inicialmente.
A PUMA e a PETROMOC, as empresas responsáveis pelo fornecimento, “não estão a abastecer por falta de combustível”, disse o gestor do projeto de reestruturação da LAM, Sérgio Matos, durante uma conferência de imprensa, esta segunda-feira (12.02).
“No entanto, a comunicação que foi trazida é que estas empresas não estavam a abastecer por falta de pagamento”, acrescentou.
Essa é uma informação falsa, reitera Sérgio Matos. O responsável reconhece, ainda assim, uma dívida com a estatal PETROMOC de 70 milhões de dólares (o equivalente a 64,9 milhões de euros).
Dívida da LAM e “desvio de dinheiro”
De acordo com Sérgio Matos, essa dívida deve-se à época do ano: “A PETROMOC é que está a fazer o abastecimento do voo de Lisboa e iniciámos há pouco tempo esse voo. Estamos na época baixa, não é possível ter receitas ‘normais’ entre janeiro e fevereiro – é por isso que estamos com essa dívida, mas a dívida não vai subir.”
Companhia aérea moçambicana tem sido alvo de críticas devido a vários incidentes e está num processo de revitalização
O diretor da reestruturação da LAM acrescentou que a saúde financeira da empresa é “preocupante”. Denunciou também a existência de um grupo de funcionários na instituição que estaria implicado no desvio de dinheiro.
Só em dezembro, disse Matos, houve um défice de 3,2 milhões de dólares. A LAM vai abrir em breve a rota para o Malawi, mas já foi descoberto um esquema de desvio de 1,2 milhões de dólares, segundo o responsável do projeto de reestruturação da empresa.
Por causa disso, terá sido aberta uma investigação que apurou o envolvimento de alguns funcionários. “E por conta dessas coisas todas, estamos a incomodar algumas pessoas”.
É por isso que, “quando há interrupções ou atrasos, é chamada a imprensa, para darem a entender que o trabalho não está a ser bem-feito internamente”, conclui Sérgio Matos.
por:content_author: Romeu da Silva (Maputo)
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