O ex-presidente do Governo da Madeira e do PSD regional Alberto João Jardim reafirmou hoje que defende a realização de eleições antecipadas no arquipélago e garantiu que não falará mais sobre a crise política que assola a região.
“Não altero uma palavra, uma vírgula, do que disse na televisão na segunda-feira”, disse, referindo-se à posição que assumiu num espaço de comentário transmitido pela RTP-Madeira.
Alberto João Jardim, que liderou o executivo madeirense e a estrutura regional do PSD entre 1978 e 2015, defendeu, nesse canal, que deve haver eleições antecipadas e que “o PSD não pode dar qualquer imagem de ter receio do voto popular”, na sequência do processo que investiga suspeitas de corrupção, no qual o presidente do executivo PSD/CDS-PP, o social-democrata Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e apresentou a demissão do cargo.
Hoje, falando à margem de uma conferência sobre a “Madeira e os 50 anos do 25 de Abril”, que decorre na Escola Básica e Secundária João Gonçalves Zarco, no Funchal, o ex-governante vincou que mantém a posição.
No comentário na RTP-Madeira, Jardim considerou também que a região autónoma está num “fim de ciclo” político, embora tenha dito não acreditar nas acusações feitas a Miguel Albuquerque.
“Neste momento, termina o ciclo político daquele grupo chamado renovação”, declarou, referindo-se aos apoiantes de Albuquerque, que ganhou a corrida à liderança do partido e, depois, venceu as legislativas regionais de 2015 com maioria absoluta, segurada por um deputado.
Alberto João Jardim classificou também como “beijo de Judas” a posição assumida pelo CDS-PP, parceiro de coligação, que exigiu a exoneração imediata de Miguel Albuquerque e a indigitação de um novo executivo.
“Não falo mais sobre o assunto – e é bom que digam isso aos vossos colegas para não se incomodarem – porque eu não deito mais achas na fogueira”, disse hoje aos jornalistas.
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Miguel Albuquerque foi constituído arguido e foram também detidos o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
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