A Franquia Mario Kart acelerou demais e chegou em uma rua sem saída
Com a chegada do décimo ano de vida de Mario Kart 8, sete desses na versão deluxe exclusiva para Nintendo Switch, começamos a nos perguntar: qual será o futuro da franquia Mario Kart? Ela terá espaço no sucessor do console híbrido da empresa japonesa, que está previsto para 2025?
O jogo finalmente recebeu sua última “onda” de mapas DLC em novembro de 2023 e não receberá novos conteúdos (pelo menos por enquanto). Ao todo foram 48 pistas adicionadas, mais da metade remasterizações de títulos antigos, e oito personagens, com apenas três inéditos para a franquia. Isso tudo sem contar os DLCs originais do WiiU que se tornaram base na versão Deluxe.
A Franquia Mario Kart acelerou demais e chegou em uma rua sem saída
Créditos: Nintendo/Divulgação
Mario Kart 8 foi campeão de vendas em ambas as plataformas que esteve, em grande parte, pela estratégia de vender um pacote do console com o jogo por um preço promocional, que a Nintendo usa desde o Wii Sports para dominar os rankings de distribuição. É possível dizer que a franquia Mario Kart é a mais consolidada da Nintendo, ficando no TOP 5 jogos mais vendidos nos últimos cinco consoles da empresa (Switch, Wii U, 3DS, Wii e DS).
Mas nenhuma dessas estratégias de marketing justifica tanto esses números quanto o amor dos fãs pelo jogo. A série de jogos de corrida do encanador da Nintendo é ótima para jogar com os amigos e se tornou um ritual em qualquer encontro com um Switch. É um daqueles jogos que minha mãe conhece pelo nome, e se ela conhece, todo mundo deve conhecer.
Qual o Futuro da Franquia?
Mario Kart tem uma fórmula simples: você acelera com o objetivo de completar as três voltas, enquanto usa power-ups para te ajudar ou atrapalhar os inimigos. Esse formato funcionou bem nas primeiras edições, mas o desafio sempre foi como inovar dentro desse molde. Ao longo dos anos a Nintendo EPD, estúdio responsável pelos títulos da franquia, se especializou em criar mapas cada vez mais icônicos e diferentes para renovar o sentimento de novidade.
MK8 (Mario Kart, não Mortal Kombat) foi o jogo que entendeu que não tem como segurar o público para sempre só lançando mapas novos, e por isso o projeto dele é massivo. É o maior jogo da história da franquia, com 96 pistas, mas que acima de tudo, se mantém pelo fator nostalgia. Para você, qual é a pista mais icônica da história de Mario Kart?
Se você respondeu Rainbow Road, parabéns, você está certo! A versão Deluxe tem cinco versões dessa mesma pista (Wii, 3DS, N64, SNES e uma original), e isso se repete para diversos outros mapas. Para cada fase original de MK8 Deluxe, existem outros três remakes icônicos, ao ponto de parecer mais uma versão definitiva da franquia do que algo propriamente novo.
A Franquia Mario Kart acelerou demais e chegou em uma rua sem saída
Créditos: Nintendo/Reprodução Mario Kart 9 já sai atrás na largada
Agora sem poder usar a cartada de remakes e remasters de pistas de novo e com o sucessor do Switch batendo na porta, a Nintendo começa a ter poucas opções para sair dessa rua sem saída. A primeira, e menos provável, é acabar com a linearidade da franquia e criar um Mario Kart Live Service, um único jogo que será atualizado constantemente e se manterá ativo em diferentes plataformas, como uma espécie de HUB para acessar todos os títulos da franquia.
A outra opção que enxergo é esquecer a nostalgia e apostar em uma mudança para o clássico formato de corridas arcade, adicionando alguma mecânica no estilo Mario Kart: Double Dash, lançado em 2003 para GameCube. Na época, o jogo estreava dois personagens em cada Kart: o primeiro responsável por dirigir e o segundo por usar itens. Dependendo da dupla que o jogador escolhesse, novos power-ups específicos eram liberados, e todos os corredores podiam roubar poderes dos outros a qualquer momento.
Esses recursos adicionais mudaram a forma de se jogar um simples game de corrida, mas ainda mantiveram toda a estrutura clássica de um Mario Kart para os jogadores casuais. Era a mistura perfeita, algo novo sem perder o modelo de sucesso, e talvez seja exatamente disso que a franquia precise daqui para frente. Não espero que a Nintendo faça um Mario Kart: Double Dash 2 ou um remake do original, apesar de amar o conceito e achar que o jogo mereça uma melhoria para a gameplay datada. No entanto, espero ver algum tipo de função nova que torne o jogo empolgante de novo.
Por mais que nada tenha sido confirmado, com a chegada do console sucessor do Nintendo Switch, é provável que uma nova obra dessa franquia já esteja sendo produzida. No entanto, com os rumores de retrocompatibilidade entre os dois consoles, a Nintendo tem um desafio a mais: fazer o jogador migrar do MK8 Deluxe para um possível novo título. Depois de pagar pelo Season Pass (Booster Course Pass) e ter acesso a todos os sucessos que fizeram a franquia chegar até aqui, precisamos de um estímulo muito maior do que o normal para desapegar dos últimos 10 anos de história.
O kart da Nintendo está de frente para uma parede imensa, e não tem como dar ré. Felizmente, não existe ninguém melhor do que a própria Big N para encontrar um atalho para o sucesso, como já fez tantas outras vezes na história.
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