O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, visitou o centro de controlo geral da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial norte-coreana (NATA, na sigla em inglês), na capital, de onde é coordenada a missão do satélite, avançou a KCNA.
Segundo a agência de notícias estatal da Coreia do Norte, Kim viu no centro imagens da Casa Branca, do Pentágono, de Norfolk, a principal base naval dos EUA, e dos vizinhos estaleiros de Newport News, onde são construídos os porta-aviões e submarinos norte-americanos.
As imagens foram captadas por volta das 14h35 de segunda-feira em Lisboa e “quatro porta-aviões nucleares norte-americanos e um porta-aviões britânico foram detetados nas fotos da base naval de Norfolk e dos estaleiros de Newport News”, avançou a KCNA.
Kim recebeu um relatório sobre os preparativos para que o satélite de observação militar “Malligyong-1” entre em operação antes da data inicialmente prevista, 1 de dezembro, referiu a agência.
A Coreia do Norte, que afirmou também ter obtido imagens de bases militares norte-americanas no Sul e na ilha de Guam, não publicou até ao momento quaisquer fotografias captadas pelo satélite.
Depois de duas tentativas falhadas, em maio e agosto, Pyongyang conseguiu a 21 de novembro colocar um satélite espião em órbita. A Coreia do Sul confirmou na quinta-feira que o lançamento foi bem-sucedido.
Seul recuperou os destroços de um dos lançamentos falhados e alegou na altura que a resolução das imagens do satélite que a Coreia do Norte tentou colocar em órbita era muito fraca, embora sem fornecer provas concretas.
A NATA disse que vai apresentar na próxima sessão plenária do partido único norte-coreano, marcada para o final de dezembro, um plano para lançar em breve vários outros satélites de observação militar.
Na segunda-feira, o embaixador norte-coreano junto das Nações Unidas (ONU) argumentou, numa rara aparição perante o Conselho de Segurança, que o lançamento do satélite espião foi um ato “legítimo” de autodefesa face a “ameaças” norte-americanas.
As potências ocidentais, o Japão e a Coreia do Sul condenaram o lançamento, tal como o secretário-geral da ONU, António Guterres, observando que a utilização de tecnologias de mísseis balísticos viola resoluções do Conselho de Segurança.
“Nenhuma outra nação no mundo está numa situação de segurança tão crítica” como a Coreia do Norte, disse o embaixador Kim Song, lamentando que outros países não estejam sujeitos às mesmas restrições.
“Um país beligerante, os Estados Unidos, está a ameaçar-nos com armas nucleares. É direito legítimo da Coreia do Norte, como outra parte beligerante, desenvolver, testar, fabricar e possuir sistemas de armas equivalentes aos que os Estados Unidos possuem ou estão a desenvolver”, acrescentou.
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