Autoridades japonesas tomam medidas drásticas para travar "turistas que não cumprem as regras"

Monte Oyama, Japão (foto: John S. Lander/LightRocket/GettyImages)

Após várias reclamações de moradores locais, as autoridades municipais de Fujikawaguchiko, cidade a oeste de Tóquio, tomaram a decisão de erguer uma barreira de grandes dimensões de modo a bloquear a linha de visão do Monte Fuji, a montanha mais alta do país. A decisão foi tomada depois de vários incidentes com turistas que, alegadamente, deixam lixo para trás e não respeitam as regras de trânsito. A barreira terá cerca de 2,5 metros de altura e 20 de largura e as autoridades locais esperam que seja o suficiente para manter longe potenciais novos turistas. Os visitantes mostram especial interesse por um parque de estacionamento específico, em frente a uma loja de conveniência, que lhes oferece uma visão pitoresca do vulcão.

Em declarações à Agence France Presse, um funcionário municipal “culpa” as redes sociais pelo sucedido, uma vez que é publicitado como sendo “tipicamente japonês” e, por isso, um ponto de visita imperdível para todos os turistas que se encontrem no Japão. Afirma ainda que os curiosos chegam a subir ao telhado de uma clínica dentária nas proximidades para conseguir a melhor fotografia possível. “É lamentável que tenhamos de fazer isto por causa de alguns turistas que não sabem respeitar as regras”. Este anúncio chega numa altura em que o número de turistas atinge valores recorde, passando a barreira dos três milhões de turistas estrangeiros em março.

Segundo a Reuters, logo em janeiro, o Japão já teria recebido mais de dois milhões de turistas seguindo a tendência dos oito meses anteriores.  As chegadas, em dezembro, atingiram atingiram o maior número de sempre daquele mês, confirmando a recuperação definitiva do tempo de pandemia, tendo recebido mais de 25 milhões de visitantes. O turismo é um elemento cada vez mais importante na economia do Japão e, no ano passado, os turistas gastaram, pela primeira vez, mais de cinco biliões de ienes (pouco mais de 30 mil milhões de euros) no ano passado, excedendo a meta do governo. Uma das principais razões apontadas para explicar este fenómeno deve-se à grande desvalorização da moeda japonesa, tornando o país num destino mais apetecível em relação a outros que poderiam obrigar os visitantes a abrir os cordões à bolsa.

No mês passado, as autoridades de Quioto proibiram os turistas de passear pelas ruas estreitas de Gion, onde artistas tradicionais se deslocam a caminho de compromissos, depois de relatos de turistas que desrespeitavam avisos e mesmo assim decidiam gravar, fotografar e tocar nos quimonos dos artistas. Este verão, quem decidir caminhar no trilho mais popular em direção ao Monte Fuji, terá de pagar cerca de 9,80 euros. O número de turistas vai ser restrito de modo a evitar congestionamentos.

Não é apenas o Japão que tenta controlar o fluxo de turistas. Um pouco por todo o mundo, governos tentam criar impostos e restrições para “preservar” as suas cidades: Amesterdão vai aumentar a taxa turística dos atuais 7% para 12,5% do custo de alojamento. O aumento aplica-se a todos os estabelecimentos, de hotéis a parques de campismo. A capital dos Países Baixos vai ainda proibir a construção de novos hotéis e restringir o número de turistas a pernoitar por ano para 20 milhões. Em Portugal, por exemplo, Portimão introduziu a taxa turística em março deste ano e, seguindo o exemplo de Amesterdão vai ser aplicável não só a estabelecimentos hoteleiros, como também parques de campismo, segundo o site da Câmara Municipal de Portimão.

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