O Banco de Inglaterra decidiu hoje manter as taxas de juro no atual nível de 5,25 %, como antecipado pelos analistas, pela quinta reunião de política monetária consecutiva.
O banco central optou por não cortar o preço do dinheiro, apesar da descida da inflação no Reino Unido, que desacelerou para 4% em janeiro, o nível mais baixo em dois anos.
Depois do anúncio da decisão, o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, afirmou que nas últimas semanas se observaram mais sinais de esperança de que a inflação está a baixar.
“Hoje voltámos a manter as taxas de juro em 5,25% porque precisamos de estar seguros de que a inflação voltará a cair para o nosso objetivo de 2% e se manterá naquele nível”, afirmou Bailey.
“Ainda não estamos no ponto em que possamos reduzir as taxas de juro, mas as coisas vão na direção correta”, adiantou.
No final da reunião, o Comité de Política Monetária do banco votou oito contra um a favor de não alterar as taxas, enquanto um dos membros preferiu uma descida para 5%.
O banco prevê que a inflação desça ligeiramente para um valor abaixo do objetivo de 2% no segundo trimestre de 2024.
Segundo a entidade, nos Estados Unidos e na zona euro, as pressões inflacionistas continuaram a diminuir, ainda que ligeiramente menos que o previsto, enquanto persistem os riscos, em especial os relacionados com a situação no Médio Oriente, incluindo a interrupção da navegação através do Mar Vermelho.
De acordo com os dados do Office for National Statistics (ONS) divulgados na quarta-feira, a inflação recuou devido a uma queda no custo das matérias-primas, que diminuiu 2,7%, embora os bens que saem das fábricas tenham aumentado 0,4%.
A inflação continua a sua tendência descendente depois de ter subido para mais de 11% em 2022, na sequência do aumento dos preços da energia devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.
No entanto, continua acima do objetivo do Banco de Inglaterra de 2%.
O Governo conservador de Rishi Sunak estabeleceu o objetivo de reduzir a inflação para 2% antes das eleições gerais no Reino Unido, que deverão ser convocadas no outono.
O anúncio do banco foi feito depois de o ONS ter divulgado hoje que a dívida líquida acumulada do setor público do Reino Unido, excluindo os bancos públicos, se situava em 2,65 biliões de libras (3,10 biliões de euros) no final de fevereiro, ou seja, 97,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
De acordo com o ONS, a dívida do Reino Unido aumentou 2,3% em relação a fevereiro do ano passado e mantém-se a níveis não observados desde o início da década de 1960.
Em fevereiro, os empréstimos atingiram 8.400 milhões de libras (9.828 milhões de euros), menos 3.400 milhões de libras (3.978 milhões de euros) do que em fevereiro de 2023.
A próxima reunião de política do Banco de Inglaterra realiza-se em 09 de maio.
[Notícia atualizada às 13h41]
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