O Pentágono anunciou a retirada de quase uma centena de soldados já este fim de semana no Chade, ao mesmo tempo que se prepara a retirada de um milhar de soldados do Níger.
Manifestantes exigem que soldados norte-americanos abandonem o Níger, abril de 2024
“O USAFRICOM [comando norte-americano de África] está a planear o reposicionamento de algumas forças militares norte-americanas do Chade, parte das quais já estava programada para partir”, admitiu o porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, general Patrick Ryder, numa conferência de imprensa em Washington na quinta-feira, na sequência de uma notícia nesse sentido, publicada no mesmo dia pelo diário New York Times (NYT).
“Trata-se de uma medida temporária, que faz parte de uma revisão em curso da nossa cooperação em matéria de segurança, que será retomada após as eleições presidenciais de 6 de maio no Chade”, acrescentou.
Corte de relações
Em relação ao Níger, Ryder confirmou o “início” das conversações, no dia 25, em Niamey, entre a embaixadora dos Estados Unidos no país, Kathleen FitzGibbon, e o major-general Kenneth Ekman, diretor de Estratégia do USAFRICOM, e a junta militar no poder “sobre uma retirada ordenada e segura das forças dos Estados Unidos do Níger”.
O porta-voz do Pentágono sublinhou que Washington continua “empenhado” em “combater as organizações extremistas violentas na África Ocidental”, mas não precisou para onde serão deslocados os militares norte-americanos estacionados na região.
Os Estados Unidos investiram 110 milhões de dólares numa base de drones no Níger, fundamental para o AFRICOM na monitorização de organizações extremistas violentas, mas o porta-voz do Pentágono não revelou se Washington já tem um local alternativo para deslocar os cerca de 1.000 militares que lá tem estacionados, quando interrogado expressamente sobre a questão pelos jornalistas.
A decisão da retirada das forças especiais norte-americanas do Chade – cerca de 75 boinas verdes do 20.º Grupo de Forças Especiais da Guarda Nacional, segundo o NYT – acontece no contexto do corte de relações diplomáticas e militares entre vários países do Sahel – nomeadamente do Mali, Burkina Faso e Níger , e o Ocidente, sobretudo a França, mas também os Estados Unidos, e do reforço paralelo das relações entre os mesmos países e a Rússia.
por:content_author: Lusa
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