Vladimir Putin e Vladimir Solovyov (AP Photos/Mikhail Metzel)
Um dos mais famosos apresentadores do principal canal estatal russo Rossiya 1, Vladimir Solovyov, voltou a sugerir que depois de “desnazificar a Alemanha” a Rússia deve anexar Portugal, antes de virar a sua atenção para os Estados Unidos. Apesar de admitirem que “Lisboa nunca foi russa” insistem que é “por essa razão que devia ser”.
“Os portugueses viveriam muito bem como parte do império russo”, afirma o propagandista russo, que após interromper um convidado que insiste que Portugal e Rússia nunca fizeram parte da mesma nação.
Margarita Simonyan, outra das principais propagandistas do Kremlin e editora-chefe do Russia Today, interrempe os convidados e sai em defesa de Solovyov, acrescentando que, apesar de a Rússia não precisar da nação portuguesa, “gostaria muito” de a ter.
Esta não é a primeira vez que a incorporação do território português no “império russo” é debatido na televisão russa, depois da invasão na Ucrânia. No programa de Vladimir Solovyov, frequentemente os convidados abordam possíveis “operações militares especiais” em países vizinhos que pertencem à NATO e apoiam a Ucrânia.
No passado, o painel de comentadores do programa questionou-se sobre onde é que a Rússia deveria parar após “libertar” a Ucrânia. Solovyov insiste que a Rússia deve tentar “libertar Lisboa”, uma cidade onde se “consegue ver a Estátua da Liberdade desde daqui quando o tempo está bom”
Os principais alvos da retórica expansionista destes comentadores são os países que pertenciam à antiga esfera de influência soviética, como a Polónia, Letónia, Lituânia, Estónia e Finlândia.
Vários destes comentadores defendem uma teoria conhecida como o Euroasianismo, que ligaria “Lisboa a Vladivostock”, no extremo oriente russo. Um dos principais defensores desta tese é o antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, que disse, pouco depois do início da invasão russa, que este é um sonho antigo de Vladimir Putin.
“O objetivo é a paz das gerações ucranianas futuras e a oportunidade de, finalmente, criar uma Eurásia aberta de Lisboa a Vladivostok”, referiu Medvedev.
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