Sérgio Conceição: “Eu não gostava muito quando era jogador de ter um treinador como eu”

Treinador do FC Porto falou na véspera da viagem dos dragões ao campo do Estoril (20h30, Sport TV), onde já perdeu esta época, para a Taça da Liga, e comentou com boa disposição as palavras de Evanilson, que admitiu que é difícil lidar com a exigência de Conceição

Sérgio Conceição: “Eu não gostava muito quando era jogador de ter um treinador como eu”

Quarto jogo com Estoril

“Os jogos são todos diferentes e a prova disso são os três jogos que fizemos, tiveram sempre ingredientes diferentes. Jogo depois de uma pausa, onde o Estoril tem o seu objetivo de conseguir três pontos importantes e nós também temos o objetivo de ganhar”

Preparação do jogo

“É sempre complicado dentro de um clube que liberta 12 jogadores para as seleções. As estreias nas seleções não foi só do Francisco, foi também do Galeno e são estreias importantes porque tem que ver com o trabalho realizado por eles e pelos companheiros que os ajudaram e todos os departamentos do FC Porto. Temos de estar preparados para estas ausências. O tempo é pouco mas há um conhecimento grande, o trabalho é bom, há vídeo, com análise e observação dos adversários por isso não estamos a pensar nas ausências e do pouco tempo”

Nico

“Teve a oportunidade de recuperar, há dois dias trabalhou de forma condicionada, ontem já praticamente sem queixas. Os outros, tirando a fadiga normal das viagens, um ou outro com mais competição, estão bem. Nunca é o ideal mas isso faz parte daquilo que é o nosso trabalho e da qualidade que existe para eles estarem na seleção”

Diogo Costa é o guarda-redes mais valioso

“Fico feliz, mas mesmo que não estivesse e não saísse esse dado ele será sempre o nosso guarda-redes que é valioso jogando no Dragão, na Amoreira. É o reflexo do trabalho dele, da qualidade, mas só isso não chega. A forma como eles se trabalham e dedicam é fantástica e há um pormenor que faz toda a diferença: a capacidade que eles têm de estarem com disposição para todos os dias aprenderem, é fantástica essa humildade de espírito. Todo o jogador, mesmo o Pepe com 41 anos, tem vontade de aprender”

Eleições

“Como sócio estou atento obviamente atento a tudo o que dizem os diferentes candidatos, mas eu estou aqui como treinador do FC Porto e única e exclusivamente a pensar no jogo do Estoril. As datas são o que são. Não podemos estar a olhar para situações que podem distrair a equipa. Eu tenho que afirmar que, sendo um ano de eleições, fora mexe sempre, principalmente para sócios, adeptos. O meu papel é bloquear o máximo e ganhar jogos, isos é o mais importante”

Palavras de Evanilson

“Naturalmente que evoluiu [desde que chegou], vindo de um campeonato diferente, de uma realidade distinta da que é representar um clube como o FC Porto. É um processo que não é fácil, nós, equipa técnica, somos muito exigentes e no início há processos que não devem ser fáceis, porque os obriga a sair da sua zona de conforto. Torna-se depois um hábito trabalhar nessa exigência. Na posição do Evanilson é muito interessante ele ser um jogador tecnicamente evoluído mas jogar muito bem no apoio, a ligar muito bem. Mas era preciso algo mais, ter outro tipo de movimentos e ações no ataque para ser mais completo. Tudo isso leva o seu tempo. Alguns conseguem, outros nem tanto, e fico contente com os que conseguem essa evolução. Para pessoas bem intencionadas, o “difícil” pode ser positivo, para as mal intencionadas ainda dizer que eu agredi o Evanilson para ele ser um bom jogador. De carácter não sou uma pessoa que não anda aqui às gargalhadas e no trabalho ainda mais. Mas é porque sou uma pessoa muito atenta aos pormenores, no peso deles, na vida que eles fazer fora, o trabalho que fazem antes do treino, pós-treino. Tudo isso é importante. Somos muito rigorosos e eles acham difícil. Às vezes sai uma ou outra dura no treino que uns aceitam melhor e outros menos bem. Eu não gostava muito quando era jogador de ter um treinador como eu. Mas isso sou eu”