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BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira, 26, que o governo fará um balanço das ações feitas pela gestão federal até o momento e entregará aos deputados e senadores, sejam eles da base ou da oposição. Em meio a crise com o Congresso Nacional envolvendo uma “pauta-bomba”, o petista também disse que parlamentares podem continuar “acreditando no que quiserem”, mas têm a obrigação de saber o que acontece no País.
“Mandei preparar tudo o que nós fizemos em 14 meses e vou distribuir para cada deputado na Câmara dos Deputados, e para cada senador. Todos eles vão receber. Quem é do governo, quem não é do governo, quem fala mal, quem fala bem, todos eles”, declarou Lula em cerimônia de inauguração da planta de produção de insulina da Biomm em Nova Lima (MG). “E eles [congressistas] têm que saber o seguinte: podem continuar acreditando no que quiserem, mas têm obrigação de saber o que está acontecendo no País deles.”
O governo Lula enfrenta uma crise orçamentária com a possibilidade de aprovação de uma “pauta-bomba” na Câmara dos Deputados e Senado, deixando a relação entre o Executivo e o Legislativo cada vez mais fragilizada. Segundo cálculos do governo, projetos em tramitação podem gerar despesas adicionais de R$ 70 bilhões aos cofres públicos este ano.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que mandou preparar relatório sobre ações do governo para entregar a parlamentares Foto: WILTON JUNIOR/Estadão
A maior parte viria de um projeto patrocinado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na chamada PEC do Quinquênio. A medida concede um bônus a cada cinco anos de trabalho para integrantes do Judiciário e Ministério Público, com um custo estimado em R$ 40 bilhões.
O governo negocia com presidente Pacheco e com relator da proposta, senador Eduardo Gomes (PL-TO), a possibilidade de alterar o texto da PEC no plenário da Casa, restringindo as categorias beneficiadas pelo adicional por tempo de serviço.
Durante evento em Minas Gerais, Lula ainda avaliou que ser presidente da República “não é difícil, é só você fazer o óbvio”. “Aquilo que você diz que sabe fazer antes da campanha, aquilo que você diz que vai fazer quando está em campanhas, tem que colocar em prática”, pontuou. A declaração expõe contradição à avaliação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, em diversas oportunidades, falou sobre as dificuldades do cargo.
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