SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma pesquisa publicada nesta semana sugere criar uma nova categoria máxima para furacões, para mostrar como a mudança climática intensificou esses fenômenos nos últimos 40 anos.
Cientistas sugerem criar categoria 6 para escala para medir furacões, que atualmente vai de 1 (mais fraco) a 5 (mais forte). A publicação na íntegra está disponível na revista científica Pnas (em inglês).
Escala é usada desde os anos 1970, e classifica como nível 5 todos os ciclones tropicais com ventos que atingem mais de 250 km/h. Os autores sugerem limitar a categoria 5 à furacões que vão de 252 a 309 km/h, e criar a 6 para os que chegarem a velocidades ainda maiores.
O estudo analisou todos os furacões de nível 5 de 1980 a 2021, e verificou que ao menos cinco excediam em muito a velocidade máxima prevista pela escala. O mais forte foi o furacão Patrícia, que aconteceu no Leste do Pacífico em 2015, com ventos que chegaram a 345 km/h.
Outros fenômenos citados foram os furacões Surigae (2021), Goni (2020), Meranti (2016) e Hayian (2013) -este último, o mais mortal desde o século 19, quando o sistema de alarmes era muito mais rudimentar. Na ocasião, ventos de 315 km/h devastaram o sudeste asiático, particularmente as Filipinas, onde 6.300 pessoas morreram.
Os cientistas também mostram que esses fenômenos estão ficando cada vez mais frequentes. De todos os 197 ciclones tropicais de nível 5 registrados nos últimos 42 anos, metade aconteceram nos últimos 17.
“O recorde de velocidade dos ventos provavelmente continuará sendo batido, conforme o planeta aquece”, escreveram os autores Michael Wehner e James Kossin, das universidades norte-americanas de Berkeley e Wisconsin-Madison.
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